“É melhor prevenir do que remediar”. Esse talvez seja o ditado popular mais versátil, o mais usado em diversas circunstâncias.
Não importa qual seja a situação, é sempre mais viável e até mesmo seguro poupar um erro do que tentar consertá-lo depois. Fato.
Porém, essa definitivamente não tem sido a realidade do nosso país no que diz respeito a decisões importantes. Só nas últimas semanas, foram três os acontecimentos que demonstraram claramente tal afirmação:
O primeiro, de ordem política, precisou de um drama familiar para entrar em ação: O menino Sean Goldman, após a morte de sua mãe, foi levado pelo pai americano aos EUA em 2009 e, desde então, não teve mais contatos com os avós maternos brasileiros.
O avô de Sean, que lutava contra um câncer, acabou falecendo sem realizar o sonho de rever o neto.
Agora, diante de tal situação, foi aprovado um projeto de lei que altera o Código Civil e dá aos avós o direito de visitar os netos, em caso de divórcio dos pais.
Não menos dramático que o primeiro é o caso das irmãs Juliana, de 15 anos, e Josely, de 16. O principal suspeito de ter assassinado as meninas, Ananias dos Santos, de 27 anos, é foragido desde a páscoa de 2009, quando saiu temporariamente da prisão.
Ananias, acusado de roubo, formação de quadrilha, porte ilegal de armas e constrangimento ilegal, nunca mais voltou à cadeia e ainda cometeu essa atrocidade com as adolescentes. Com isso, a questão da saída temporária está sendo posta em xeque, demonstrando a dificuldade do Estado em administrar o sistema prisional brasileiro.
Gustavo Sonderman, piloto de 27 anos, foi outra vítima da falta de prevenção: ele estava correndo em Interlagos, na “curva do café”, quando bateu no muro e voltou pra pista, onde seu carro foi atingido. O impacto, junto com a brusca desaceleração, provocaram danos cerebrais irreversíveis e Gustavo teve confirmada ontem sua morte cerebral.
O problema é que o mesmo trajeto já havia causado outras duas tragédias: em 24 de fevereiro, João Lisboa, de 52 anos, morreu quando participava de um track day. João era fotógrafo especializado em motovelocidade e não resistiu aos ferimentos.
Há três anos e meio, Rafael Sperafico, estreante na competição, também bateu com o carro no muro e voltou para a pista, sendo atingido pelo carro de Renato Russo. O piloto morreu na hora.
E, depois de três mortes e algumas “quase-fatalidades”, é que está sendo questionada a criação de uma área de escape, que possa impedir que os carros voltem para a pista após baterem no muro. Esportistas do automobilismo e personalidades como Galvão Bueno já começaram a fazer seus apelos pela correção o mais rápido possível.
O mais preocupante nisso tudo é que não é preciso apelar para casos de repercussão nacional pra perceber a tendência “remediadora” desse país: Quantos casos você, que está lendo esse post, não conhece? Quantas histórias de pessoas que tiveram sua vida sacrificada em nome de mudanças que beneficiassem o coletivo?
O Brasil precisa aprender de uma vez por todas que alguns problemas não são remediáveis. É realmente melhor prevenir, ou o preço será o de uma vida.
Fontes: http://www.piauinet.com.br/esporte/galvao-bueno-pede-mudancas-em-interlagos-apos-tragedia-77299.html
http://grandepremio.ig.com.br/stockcar/2011/04/03/morte+de+sondermann+traz+novamente+a+tona+discussao+sobre+curva+do+cafe+10395750.html
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/morte-de-irmas-poe-em-xeque-saida-temporaria-de-presos
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,avo-de-sean-comemora-aprovacao-de-projeto-sobre-visita,687310,0.htm
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