Um show de horrores, ou ainda, um “horrorshow” (expressão que, depois de assistir esse filme, se torna bastante familiar) que você não vai mais conseguir esquecer.
Laranja Mecânica é um clássico. Praticamente todas as pessoas apaixonadas por cinema que eu conheço já assistiram e gostaram muito. É um filme atemporal também, porque apesar de ter sido produzido em 1971, ele possui uns elementos super atuais, até meio pop, digamos.
Laranja Mecânica conta a história de Alex, um garoto rebelde, líder de uma gangue de amigos que anda à noite pelas ruas cometendo todo tipo de delinqüência: Eles estupram mulheres, batem em mendigos, assaltam residências, e por aí vai… Alex é, inclusive, do tipo que humilha como forma de manter seu “poder”, condição que o leva a ser traído pelos demais membros do grupo e… preso.
A partir desse momento é que o filme surpreende. Afinal, nada mais justo que ele seja mesmo preso depois de tanta crueldade, não é mesmo? Aliás, eu acho que depois de assistir a tantas cenas explícitas de violência o espectador deve sentir uma imensa vontade de que o cara vá para o inferno de uma vez.
Mas não é o que acontece. Na verdade, depois que Alex vai preso e fica um tempo na cadeia, surge a oportunidade de sair de lá através de um método revolucionário que prometia “curar” criminosos. Basicamente, o preso sairia da prisão para ir para uma espécie de clínica de reabilitação onde uma forte lavagem cerebral o levaria a não ser mais violento, ou melhor, não conseguir mais ser violento.
Vou explicar melhor: Quando Alex vai pra esse local e passa por procedimentos totalmente radicais, ele perde a capacidade de cometer as barbaridades de antes. O método se constitui basicamente na aplicação de um soro que provoca dores e náuseas enquanto o “paciente” assiste a cenas explícitas de violência num telão, tudo isso sem poder fechar os olhos. O cérebro, então, passa a fazer associações negativas toda vez que o sujeito se vê diante do “alvo”.
Aí, como eu havia dito anteriormente, apesar de que o normal fosse que nós, espectadores, sentíssemos raiva e encarássemos o sofrimento de Alex como justiça, não é o que acontece porque, na verdade, o que vemos é um jovem servindo de cobaia para um método totalmente desumano que só serve para beneficiar o Estado. Alex se torna uma vítima do Estado e de todos aqueles que antes eram suas vítimas. E as cenas que se desenrolam a partir disso são dignas de pena: muitas dores, náuseas, confusões mentais e uma tentativa de suicídio.
Não vou ficar entrando em maiores detalhes, mas, depois de assistir Laranja Mecânica, você certamente não vai mais encarar Beethoven e “Singing in the rain” do mesmo jeito.
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